quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Chicletes, Prazeres, Taratis & Taraguás



No último sábado (dia 13/11), dei um pulo na Bienal para conferir o lançamento do livro "Chicletes & Prazer", do grande cabeça pensante, criador de sambas infinitos e amigo para umas e outras, Márcio de Aquino. No evento, foram lançados livros de autores campistas, "sem ter como critério o conteúdo", segundo a organização. Achei interessante a organização abrir esse espaço aos talentos locais. Houve uma breve explanação de cada autor, seguida de uma sessão de autógrafos e com direito a comes e bebes ao final (nada de open bar, apenas guaraná e salgadinhos). A única crítica que faço é em relação à distribuição dos espaços. O Café literário ficava ao lado de um espaço voltado para animação infantil, o que, pessoalmente, dificultou o entendimento de algumas explanações ali realizadas, devido a algazarra feita por uma "Tia Fulana", tipo muito frequentemente encontrado em festinhas regadas a "bolo, guaraná, muitos doces pra você". Sem dúvida, os pequenos merecem o seu espaço, mas longe de um local voltado para palestras. Enfim...

Márcio falou pouco, mas falou bonito... Sem muito trololó, deu uma leve pincelada sobre a sua obra, fazendo uma bela homenagem ao Avyador Luizz Ribeiro, músico campista que faleceu há algumas semanas. A homenagem se deu quando Márcio falou do único personagem não-fictício de seu livro: o "Black Louis".

Comecei a ler o livro e percebi que a história se passa em uma atmosfera bastante inocente (posso estar enganado!), mas conta as peripécias de um adolescente em plena explosão (contra)cultural dos áureos anos 70, sempre referenciando bandas de rock da época, como se uma trilha sonora atravessasse cada palavra escrita. Só posso dizer que me interessei e vou até o fim, até a vitrola parar de rodar.
A orelha do livro foi escrita pela minha mulher, Kathia Gripp, uma das primeiras leitoras do livro, quando este nem sonhava em ser lançado.
Para quem se interessar e quiser viajar nas idéias dessa figura, basta acessar o seu blog:
taratitaragua.blogspot.com

Que venham outras obras, Grande Márcio!


Márcio e Kathia em algum show no Bar do Gordo! (mode "coluna social" on)

domingo, 17 de outubro de 2010

MAGIA DO ROCK!

De Betinho Assad Power Trio


Na próxima sexta-feira, dia 22/10 às 21H no Clube Folha Seca haverá o evento MAGIA DO ROCK, que contará com:

ANDRÉ BARRETO - POCK ROCK NACIONAL

BETINHO ASSAD POWER TRIO - BLUES E CLASSIC ROCK

KAO'S - HARD ROCK

ENTRADA:RS10,00

INGRESSOS PELO TELEFONE: 27337092 ou 98683280

terça-feira, 31 de agosto de 2010

45 anos de "Highway 61 Revisited"




"Highway 61 Revisited" é o sexto álbum de estúdio do cantor Bob Dylan, lançado a 30 de Agosto de 1965, pela gravadora Columbia Records. Este álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

É o primeiro álbum a ser gravado inteiramente com uma banda de rock, dado que o seu antecessor "Bringing It All Back Home" teve apenas metade das músicas gravadas nestas condições. É caracterizado como a fase da sua carreira "jovem raivoso", muitos temas têm um tom de natureza acusatória, com takes duros e ruidosos.

O disco foi incluido na lista da revista Rolling Stone, no nº 4, dos 500 Melhores Álbuns de Todos os Tempos.

A faixa "Like a Rolling Stone" foi incluída na lista de revista Rolling Stone, no nº 1, das 500 Maiores Canções de Todos os Tempos.

O disco atingiu o nº 3 do Pop Albums.


Faixas
Todas as faixas por Bob Dylan

Lado 1

1 - ''Like a Rolling Stone"- 6:09
2 - "Tombstone Blues" - 5:58
3 - "It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry" - 4:09
4 - "From a Buick 6" - 3:19
5 - "Ballad of a Thin Man" - 5:58

Lado 2

1 - "Queen Jane Approximately" - 5:31
2 - "Highway 61 Revisited" - 3:30
3 - "Just Like Tom Thumb's Blues" - 5:31
4 - "Desolation Row" - 11:21


Créditos

Bob Dylan - Guitarra, harmonica, piano, vocal
Mike Bloomfield - Guitarra
Harvey Brooks (Harvey Goldstein) – Baixo
Bobby Gregg - Bateria
Paul Griffin - Órgão, piano
Al Kooper - Órgão, piano
Sam Lay - Bateria
Charlie McCoy - Guitarra
Frank Owens - Piano
Russ Savakus - Baixo


Gravação
15 de Junho - 4 de Agosto de 1965
nos Columbia Studios, Nova York-EUA.

- - - - -


O texto acima foi retirado na íntegra da Wikipedia, o "pai-dos-burros" digital.
Sou muito suspeito para falar de Bob Dylan, pois sempre gostei muito de sua poesia e voz. Já conversei com muitas pessoas sobre a figura e percebi uma coisa interessante: são raras as pessoas que gostam 'mais ou menos' do som do cara. Geralmente, é calça de veludo ou bunda de fora, em suma, ou gostam muito ou odeiam com paixão. David Bowie, na música "A song for Dylan", do álbum Hunky Dory (1971), o define como "um jovem estranho chamado Dylan, com uma voz tipo areia e cola". Criticado por introduzir a guitarra elétrica no folk, Bob Dylan sempre foi polêmico e de personalidade forte. Diz a lenda que ele teria apresentado "a erva maldita" aos Beatles. Enfim...

"Highway 61 revisited" foi a minha primeira aquisição do som do ícone beat. Na verdade, eu adquiri o cd através de uma troca pelo LP "Carcará", de Maria Bethânia, com um amigo. A banda de apoio conta com músicos excelentes, incluindo o guitarrista Mike Bloomfield, da bombástica Paul Butterfield Blues Band, e o organista Al Kooper, fundador do híbrido jazz-rock Blood Sweat and Tears. No livro "Bob Dylan - Gravações Comentadas & Discografia Completa", de Brian Hinton, o autor revela algumas curiosidades, tais como o encontro de Bloomfield com Dylan, em que Bob tocava em um tom estranho, somente nas teclas pretas do piano, e as palavras do próprio Kooper falando de seu estilo próprio no período de gravação do disco: "a busca de um caminho em meio às mudanças, como um menino tateando no escuro em busca do interruptor".
Além da famosíssima "Like a Rolling Stone", regravada por Mick Jagger e sua "Trupe", e também por Hendrix, destaco as faixas "Ballad of a Thin Man", em que o insano trovador fala de um misterioso Mr. Jones (também citado por John Lennon na canção "Yer Blues", do Álbum Branco), ao som de teclas contundentes de um piano e um órgão, e o hino "Desolation Row", que segundo o próprio Dylan, teria sido escrita em um banco de trás de um táxi em Nova York.

Completando exatos 45 anos do lançamento do disco, no último dia 30, "HIGHWAY 61 REVISITED" é discoteca básica pra quem quer conhecer a obra de Bob Dylan.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

4ª Blues no SESC Campos

Agosto é mês de blues, isso mesmo!!! O SESC Campos promove todas as quartas-feiras desse mês de agosto, apresentações de bandas de blues regionais. Sempre as 20 horas no espaço plural do SESC Campos. O evento tem início na próxima quarta-feira (dia 4/08) com a banda VibraTTo que deve estar preparando um excelente show como sempre.
Eis o flyer..




Me perdoem a ausência, mas é por falta de tempo e de idéias mesmo...
até,

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Blues e Classic Rock na planície

Amanhã, dia 29 de maio, é dia de Classic Rock e Blues na aldeia Goytacá: Banda VibraTTo no Lord Pub e Blues Band Vidro no Arpex bar, ambas (:/) à partir das 23 horas. Duas ótimas pedidas para a noitada de sábado!



terça-feira, 11 de maio de 2010

Dharma for Clive

Eis uma amostra do solo de bateria de um cara chamado Clive Bunker. Clive foi o baterista original da banda inglesa Jethro Tull e foi substituído por Barrymore Barlow em 1971, ano em que o Tull lançou o fenomenal disco "Aqualung". Há rumores de que Clive teria saído devido ao Jethro estar mudando de estilo com o lançamento do disco.
O vídeo mostra o batera fazendo o que faz melhor: agregando técnica e um estilo inconfundível neste solo genial. O solo é parte da música "Dharma for one" do álbum "This Was", primeiro disco da banda gravado em 68. O show em questão ocorreu em 71, no antológico festival da Ilha de Wight.
Apreciem sem moderação...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

10º Encontro Nacional de Motociclistas de São João da Barra - RJ




Neste sábado, o Gaitista Ângelo Nani estará se apresentando no 10º ENCONTRO NACIONAL DE MOTOCICLISTAS de SÃO JOÃO DA BARRA - RJ. O show está marcado para às 16 horas no centro do município. No repertório, grandes nomes do Blues do Delta do Mississipi.

O evento começa hoje e se estenderá até domingo, dia 02/04/10, contando com atrações esportivas, musicais e pelo jeito religiosas...




PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

DIA 29/04 ( 5ª Feira)

- 21:00h - SANTO PAPA

Dia 30/04 ( 6ª feira)

- 20:00h - REUBESS PESS

- 22:00h - VIA AÉREA

Dia 01/05 (Sábado)

- 13:00h - GAME OVER

- 15:00h - WHEELLING ( EQUIPE SEM LIMITE - CAMPEÃO BRASILEIRO - LOURO JHOW)

- 16:00h - ANGELO NANI

- 18:00h - WHEELLING

- 19:00h - RENATO RIO BLUES.

- 21:00h - THE RIDER'S.

- 23:30h - KISS COVER

Dia 02/05 (Domingo)

- 09:00H - MISSA CAMPAL CELEBRADA PELO PADRE GUSTAVO.

- 11:00h - SHOW DE ENCERRAMENTO COM WHEELING.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A volta de Quentim, o Bastardo!

De Álbum sem título


Em meio a doses cavalares de séries como Lost, House M.D. e Dexter, aprecio muito desembarcar em uma locadora pra conferir o que há de novo no mundo do cinema. Confesso que ultimamente tenho dado um azar danado. Filmecos de tragédia global, seguindo a onda greenpeace, comédias românticas de padaria, Thrillers pra lá de bizarros dominam a cena americana. Raramente se acha um filme europeu (os únicos que escapam à estereotipia tradicional da fábrica de sonhos Hollywoodiana) nas locadoras da planície.

Há pouco tempo, arrisquei um filme de um diretor que gosto muito, mas que tem me decepcionado de uns anos pra cá. Quentim Tarantino, diretor de filmes fantásticos como "Cães de aluguel", "Jackie Brown" e a obra prima "Pulp fiction", deixa sua marca registrada através do humor negro, violência exacerbada e diálogos de uma prolixidade ímpar. Até gostei um pouco do tal "Kill Bill", mas nada comparável às já citadas películas de outrora. Entretanto seu último filme, intitulado "Bastardos Inglórios", reacendeu a chama dos fãs que, assim como eu, achavam que o cara tivesse perdido a mão como diretor. O filme se passa na 2ª guerra mundial, em plena invasão das tropas alemãs na França. Um grupo de soldados americanos, liderado pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt), "o Apache", é convocado para uma missão de caça ao exército hitlerista. Os "Bastardos" (como são chamados) têm uma dívida para com o seu líder: trazer os escalpos de 100 nazistas. A trama ainda envolve uma judia fugitiva, que trabalha como dona de um pequeno cinema em Paris, e um plano de atentado aos grandes líderes do Reich (incluindo Hitler, em carne e osso). Destaque para as caras, bocas e o sotaque sulista de Brad Pitt e a brilhante atuação de Christoph Waltz no papel do temido Coronel Hans Landa.

Hilário, contudente, imperdível!!


FICHA TÉCNICA

Diretor: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Diane Kruger, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Daniel Brühl, Eli Roth, Samm Levine, Michael Fassbender, B.J. Novak, Til Schweiger.
Produção: Lawrence Bender
Roteiro: Quentin Tarantino
Fotografia: Robert Richardson
Duração: 153 min.
Ano: 2009
País: EUA/ Alemanha
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Lawrence Bender Productions / Universal Pictures / A Band Apart / The Weinstein Company / Studio Babelsberg / Zehnte Babelsberg
Classificação: 18 anos

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Poeira D'água no SESC amanhã (08/04)!!!


O Projeto "A Irreverência da Tropicália", que está rolando no SESC Campos, traz amanhã (quinta, dia 08/04), às 20 horas, o show da banda Poeira D'água, que apresentará uma homenagem aos Novos Baianos e a outros grandes ícones da Tropicália. O grupo, formado por músicos de estilos diferenciados, faz uma mistura de música popular brasileira, regional, samba e Rock n' roll, com influências das mais diversificadas - por assim dizer, além de qualquer imaginação.

Como já disse anteriormente, não sou grande entusiasta da MPB, mas tive a oportunidade de vê-los em ação em um Festival Estudantil ocorrido no Trianon, em setembro do ano passado, e acreditem: os caras impressionam pela pluralidade de estilos e pela notável criatividade. Letras pra lá de surreais e autenticamente brasileiras arrancam um sorriso até mesmo do mais cético ouvido Rock n' roll ou erudito. A canção tocada no tal Festival foi "O maquinista do tempo", uma pizza metade Alceu Valença, metade Tom zé com pitadas de João Bosco.






O MAQUINISTA DO TEMPO




Dentro da cabeça dessa serpente louca Tupiniquim, o cérebro de Faustho Terra Tupy. Sou suspeitíssimo pra falar dessa figura. Faustho é um ícone, uma amigo, um artista nato e um guru de minha história. Foi ele que, tempos atrás, me apresentou um mundo a ser desbravado: o planeta Rock n' Roll. Através de Faustho, tive o prazer de conhecer a doçura contundente de Crosby Stills Nash & Young e a carreira solo do Neil; a riqueza fenomenal da obra dos Beatles; a loucura musical dos Mutantes e tantas outras coisas que não caberiam neste mísero post. Acho que a primeira vez que vi as filmagens do Woodstock foi em sua casa. Tocamos juntos em uma banda chamada "Os Arnaldos" (homenagem ao mutante Arnaldo Baptista) e, bem no comecinho, Faustho já soltava fagulhas do imenso artista que viria a ser: compunha em português e inglês, tocava uma Rickenbacker vermelha com um rato de pelúcia pendurado, ligada a mil pedais (usava uma pulseira prateada nas cordas para efetuar estranhos sons), criava, inventava e reinventava. A primeira vez que toquei numa bateria, foi a seu convite, quando assistia a uns ensaios da Mingau Cerebral (que depois veio a se chamar Rubber Brain e evoluiu para Arnaldos), na extinta Escola Santo Antônio, ao lado do Jardim São Benedito. O baterista havia faltado, e eu assumi as baquetas sem ter a menor coordenação motora. A partir daí, me apaixonei pelo instrumento e por fazer música. Deixarei para outros posts a trajetória dos Arnaldos (daria pra escrever um livro). No momento, saúdo o amigo, poeta, compositor e artista em todas as suas vertentes.

Salve Faustho! Salve Poeira D'água!
Show imperdível!!

Poeira D'água:

-Faustho Terra Tupy - voz,violão e guitarra.
-Lutte Oliveira - voz, violão, ukelele, guitarra, viola caipira, berimbau e bandolim.
-Dani Nunes - voz
-João Felipe Velloso - voz, bateria e percussão.(Grande amigo também!!!)
-Jorge Maravilha - percussão.
-Sérvulo Sotto - baixo
-Renato Arpoador - percussão e Produção.

P.P. Se não tocarem "Mistério do planeta", cabeças vão rolar!!!

domingo, 21 de março de 2010

Tributo aos Mutantes no SESC

De Álbum sem título


Dia 15 de abril de 2010 (quinta-feira), às 20 horas, no Espaço Plural do SESC Campos dos Goytacazes, a banda Betinho Assad Power Trio apresentará seu show "Tributo aos Mutantes". O show faz parte do Projeto " A irreverência da Tropicália" que vai do dia 24 de março à 16 de abril, com exposições, exibições de filme, apresentações musicais e teatrais. Excelente pedida para quem deseja conhecer o movimento tropicalista e o trabalho dos Mutantes, a banda de rock nacional por excelência em minha opinião. No repertório, um passeio pelos discos que marcaram a era dos irmãos Sérgio Dias e Arnaldo Baptista além de ter lançado o nome da cantora Rita lee pelos quatro cantos do mundo.

Canções de discos como "A Divina Comédia ou Ando meio Desligado", "Jardim elétrico" e "Mutantes e seus cometas no país dos baurets" serão relidas em formato de power trio, contando com a participação especial de Thiago Azevedo, vocalista da Vibratto, banda de classic rock revelação de 2009 que arrasou em apresentações pela cidade.

Para quem tem interesse em conhecer o trabalho da Betinho Assad Power Trio é só dar uma conferida no Blog da banda http://betinhoassadpowertrio.blogspot.com/ , além da comunidade do orkut "Betinho Assad Power Trio".
A banda o Power Trio é formado por
Betinho Assad - Guitarra e vocal
Fábio "Kbelo" Neves - Baixo
Felipe "Begão" Barros - bateria (este que vos escreve, rs)

Eis o folder da programação completa:
De Álbum sem título

De Álbum sem título


A banda também se apresentará no próximo sábado (27/03/10) a partir das 23 horas no Lord Pub. Uma noitada imperdível de blues e clássicos do gênero num ambiente agradabilíssimo.

Peço aos meus camaradas blogueiros que, se possível, divulguem a informação..

segunda-feira, 15 de março de 2010

Adeus a Glauco




O Brasil perdeu, na madrugada da última sexta-feira, um dos maiores ícones da arte contracultural do país. Glauco Vilas Boas, dono de um estilo singular, com traços quase que infantis, imortalizou personagens como Geraldão, Dona Marta e Ozetês. Conhecido por seu humor ácido, revolucionou a era pós-ditadura no Brasil juntamente com os cartunistas Laerte e Angeli, formando a "santíssima trindade dos quadrinhos brasileiros".



Glauco era adepto do Santo Daime, culto à imagem dos ritos xamânicos que utiliza a Ayahuasca (vinho das almas) para "o alcance do eu interior". O chá do Daime foi liberado pelo governo brasileiro em janeiro deste ano para fins religiosos. Curiosidades à parte, o personagem Geraldão foi criado em 81, logo após Glauco ter lido "A erva do diabo", obra imortal de Carlos Castañeda, antropólogo e escritor que conviveu com os índios norte-americanos, tendo participado de rituais com o peyote (cacto que produz a substância psicoativa denominada mescalina).



O cartunista foi assassinado juntamente com seu filho, a tiros, em sua chácara em Osasco (SP), por um rapaz que se dizia Jesus Cristo (!?!).

Perda irreparável, de forma violenta e (aparentemente) inexplicável...

Salve Glauco!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Choque de Ordem !!


Se alguém de passagem pela Cidade-Maravilha,
Com chopp no organismo e a bexiga do tamanho de uma ervilha,
ferrado estaria no Carnaval 2010.

Num espaço aguardando 40.000 foliões,
instalaram 10 banheiros(!) e 500 canhões,
nas cinturas dos guardinhas com asas nos pés,

Corre-corre, pânico, venha o que vier
não pouparam idoso, tão pouco mulher,
Delegacia lotada, postura "chapa quente"

E é assim que a prefeitura quer impor educação,
detendo gente de pau na mão,
sem ao menos disponibilizar uma estrutura conveniente.

:)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dorothy, confetes e silicones...


É... Fevereiro aos 40 graus e mais um carnaval chegando com toda aquela imposição absurda infernizando nossos sentidos. Confetes, serpentinas, "pierrots" e colombinas ao som de marchinhas hipnóticas e desfiles glamurosos. As cabrochas na avenida, a festa das organizações globo e seu teatro de silicones e botox. Tudo colorido, descompromissado, surreal. Esses malditos dias me fazem lembrar do filme "O mágico de Oz": um mundo cinza e insosso sendo atingido por um furacão que manda tudo pelos ares, fazendo os tripulantes aterrissarem num universo paralelo repleto de cores, brilhos e seres estranhos. Fadas, bruxas, espantalhos e macacos voadores cantando e dançando, seguindo a estrada dos tijolos amarelos rumo ao falso mago de poderes duvidosos. Tudo não passava de um sonho da pequena Dorothy. Pois é, carnaval...

Tenho poucas lembranças de carnavais, talvez por uma censura psíquica forte ou excesso de álcool. Me lembro que até gostava de ver os flashes televisivos da tal festa profana na Sapucaí, porém com o volume no mínimo (acho que naquele tempo não existia a função "mute"). É bonito, sem sombra de dúvida, não fosse pelo que está por trás dos bastidores. Os pancadões da bateria me incomodavam, eu simplesmente não conseguia me adaptar àquilo. Deixo bem claro que não tenho nada contra o verdadeiro samba. Apesar de não ser grande entusiasta do tal ritmo, entendo que figuras como Cartola e Noel, entre outros merecem o seu lugar ao sol. Os respeito enquanto peças estandartes da cultura brasileira. O samba do morro (vide Bezerra da Silva) é o equivalente nacional da voz do negro oprimido dos campos de algodão do sul da américa do norte. Agora samba-enredo é osso duro! Está certo que alguns trazem fatos históricos, críticas sociais e etecétera e tal, mas o negócio é repetitivo e mal interpretado, resumindo: um contundente pé no saco.

Já passei vários carnavais em São João da Barra, mas nos dias da batalha Congos x Chineses eu me enclausurava. Lembro que me juntava com os amigos e ficava no "velho Julhinho" ouvindo o bom e velho rock n' roll, jogando xadrez e derrubando garrafas de conhaque Domeq. Seríamos intelectuais demais para carnaval?? Não, talvez fosse porque não tivéssemos um videogame, nem mesmo televisão na maioria das vezes. Mas era opção nossa e enquanto não acabava, era a única.


O espetáculo da Sapucaí encobre o cenário sócio-econômico e político caótico de nosso país. Os problemas são esquecidos nessa época retornando com força total na ressaca da quarta de cinzas. A receita é perfeita: muito álcool + samba + mulheres semi-nuas = povo feliz feito crianças em propaganda de achocolatado. O circo está armado! O pão?? Ah... deixa que quarta-feira a gente resolve. Feliz de quem consegue tirar proveito disso. Um trecho da música "Mucama", do grupo de reaggae Cidade Negra, cantada por Gabriel o Pensador, reflete bem esse meu sentimento de indignação.


"Na quarta feira é a volta pra realidade que arde
Acaba a comemoração apaga a televisão pra não gastar a eletricidade
Como na Cinderela carruagem volta a ser abóbora
E na favela o carro alegórico some
E volta às sobras: sobra de feira, sobra de terra, sobra de chão
Sobra de lama, sobra de bala perdida e sobra de comida
Pra mucama, mucama que nada exclama, que não reclama, que não se inflama
Se acalma vendo novela, pois na tela todo mundo ama
Todo mundo, mas na vida real todo mundo se odeia
E ódio gera ódio, um sobe no pódio, outro serve a ceia
Ceia no natal, tem Xuxa no carnaval
Mucama deitada na cama beijinho beijinho pau pau. Tchau!
Eu só vou te usar, você não é nada pra mim
Já temos outra pra botar no seu lugar - Pirlimpimpim!
Abracadabra, é como mágica, mas não é abra-te Sésamo
Porque aqui as portas só se fecham
Bum! É menos uma oportunidade
Não é só a quarta-feira que é de cinzas, na verdade é a semana inteira
Quinta, sexta, sábado e domingo e segunda
E o povo mucama continua sorrindo levando nas coxas, levando na bunda
Mas não faz mal, porque depois melhora tudo... no Carnaval"

Boas festas aos foliões de plantão e até a próxima...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Jogos de Point and Click e Adventures


A dica vai para os amantes do triatlo jogos + cartoons + humor cáustico. Os "point and click games", ou jogos de apontar e clicar, são divertidos, simples e com instruções básicas. O jogador utiliza o mouse, interagindo com objetos do cenário (o ponteiro se modifica quando passa por algum item clicável) de modo a deflagrar situações para se atingir o objetivo do jogo. Há uma ordem pré-determinada de ações a serem realizadas, o que não torna o jogo monótono devido à imprevisibilidade em alguns momentos.

Um dos jogos que me chamou a atenção foi o "The visitor", desenvolvido pela empresa New grounds, uma das melhores do ramo, na minha opinião. Nele, o jogador controla as ações de um verme alienígena que chega à terra dentro de um meteorito, objetivando dominar o planeta. Uma outra série muito interessante é a "Journeys of Reemus", em que um famoso exterminador de pragas (entre elas dragões) meio hippie e seu fiel escudeiro Liam (um urso roxo?!?) resolvem problemas em um universo medieval paralelo. Outra ótima pedida é a série de 3 minijogos chamada "Reincarnation", na qual um pequeno diabo tenta recuperar almas para o inferno a mando do próprio Lúcifer. Os jogos são online não havendo necessidade de baixá-los. Pela rede, ainda encontramos guias passo-a-passo chamados "walkthroughs" para o avanço nos jogos, porém sugiro não usá-los de modo a aproveitar bem as surpresas.

Os jogos de point and click são bisnetos dos chamados "adventure games" desenvolvidos pela Lucas Arts, Sierra, entre outras empresas na década de 90. Jogos como "Maniac Mansion", "Day of the Tentacle", "The Dig", "Sam & Max: Hit the road", "Indiana Jones in the fate of Atlantis", "Full Throttle" e as séries "Monkey Island" e "Larry Suit Larry" viraram febre em períodos pré-internet no Brasil e eram adquiridas (leia-se compradas) em lojas de artigos para informática. Os jogos são pequenos para a tecnologia atual (Day of the tentacle por exemplo, são míseros 7.59Mb) e alguns deles só funcionam com softwares que emulam o obsoleto (há controvérsias!) sistema DOS como o DOSbox. Softwares tradutores também facilitam como o Scummvm.

Sem mais trolóló, postarei os links dos jogos indicados neste post. Vasculhem pelo site da New Grounds que encontrarão mais. Além de jogos, a New Grounds conta com um acervo de animações e artes gráficas de cair o queixo. Divirtam-se...

Jogos de point and click

- The visitor
http://www.newgrounds.com/portal/view/404463

- The Several Journeys of Reemus
http://www.newgrounds.com/portal/view/439589
. Chapter 1
http://www.newgrounds.com/portal/view/459042
. Chapter 2
http://www.newgrounds.com/portal/view/471838

- Reincarnation: A Demons day out
http://www.newgrounds.com/portal/view/467167
- Reincarnation 2: Riley's out again
http://www.newgrounds.com/portal/view/493215
- Reincarnation 3: Out to Sea you die
http://www.newgrounds.com/portal/view/52389

Jogos antigos de adventure - procurar os indicados na categoria RPG/Adventure
- Sarcófago
http://www.sarcofago.com.br/

No próprio site dá pra baixar os aplicativos necessários (DOSbox e Scummvm) para rodar os jogos. Os dois vêm com tutoriais. Quaisquer dúvidas, é só postarem.

domingo, 31 de janeiro de 2010

O vírus da nostalgia



Domingão de sol e praia, ressaca castigando, resolvi tentar a sorte no show da Rita Lee no balneário de Atafona. O local bem propício: uma boa estrutura de palco em meio às casuarinas e um leve toque da brisa de beira de praia. Quase seguindo à risca a propaganda fisga-turista de verão - São João da Barra: o paraíso é aqui! - não fosse pelo trânsito caótico na saída do show (apesar de que com tanta gente boa circulando por aí, o trânsito do inferno também não deve lá ser muito suave). Fui atraído pela presença da figura de Rita, pois nunca havia ido a um show dela. Acompanhada de seu marido Roberto de Carvalho e seu filho Beto Lee nas guitarras, a paulista, com trejeitos de Mick Jagger, esbanjou simpatia, lançando tiradas de humor e alfinetadas nos candidatos à presidência da "tragédia" eleitoral de 2010. Dilma foi comparada a uma caquética professora de piano que dá reguadas em seus alunos, e Serra como aquela figura que dá uma notícia de morte à família. O repertório, um giro pela borda dos anos 70, início dos 80 com "Chega mais", "Doce vampiro", "Saúde", "Flagra", "Lança-perfume", "Banho de espuma" e por aí vai, além de um momento Michael Jackson com direito a imitador e playback de "Who's bad". Confesso que fiquei com aquele espinho do saudosismo fincado no cerebelo. A Rita já não é mais a mesma há muito tempo. Sou fã da Rita dos Mutantes com sua voz ora com um tom doce (vide "Ave Lúcifer"), ora rasgado ("o meu refrigerador não funciona").





Obras primas do início da década de 70 como "Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas" (disco solo em parceria com os irmãos Baptista), "Build up" e "Atrás do porto tem uma cidade" marcaram época e são considerados discoteca básica para qualquer um que se aventure pelas veredas do verdadeiro rock nacional. Em 75, Rita Lee, acompanhada pela banda Tutti Frutti, gravou dois discos memoráveis: "Fruto proibido" (desse ela tocou 2 músicas: "Agora só falta você" e o hino "Ovelha Negra") e "Entradas e bandeiras" (esse eu tenho em vinil, original de 76). A partir daí, iniciou uma carreira mais pop, de que eu particularmente não sou muito fã, gravando hits para novelas, coisa e tal.

Esse meu acesso de nostalgia não ocorreu somente no show da Rita. Já fui ao show do Sérgio Dias (ex-atual guitarrista dos Mutantes)em Rio das Ostras, já vi Neil Young no Rock in Rio e, no próprio balneário de Atafona, tive o prazer de assistir ao camaleônico Ney Matogrosso (ex-Secos e Molhados). Entretanto, por mais que eu saia de casa vacinado contra esse meu saudosismo, parece que o tal vírus é mais forte do que eu. Fico um pouco frustrado, mesmo sabendo que não encontrarei o que procuro e acabo me contentando em estar ali, próximo a esses grandes ícones que tanto fizeram girar minha cabeça feito um bolachão na vitrola. O que me conforta é saber que tive e tenho o privilégio de escutar a Rita em sua época áurea (pelo menos pra mim) através dos vinis, cds e atualmente os arquivos em mp3. Acredito que a maioria das pessoas que ali estavam, inclusive gente de mais idade do que eu, desconhece esse passado underground riquíssimo mesmo tendo vivido a época.

Enfim, como disse Jagger: "we can't always get what you want"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Então é isso...


Inebriado por esse monstro de mil faces chamado internet, resolvi criar este blog com a finalidade de expor algumas de minhas idéias, paixões e outras cositas mais. Deixo bem claro que não tenho a intenção de discutir política, religião ou futebol, não pelo fato de achar que não são temas a serem discutidos, mas simplesmente por não ter interesse em discuti-los neste canal. Meu objetivo é o de colocar pra fora certos macaquinhos que residem em minha cabeça, falar um pouco de música, talvez de literatura, e divulgar eventos culturais da aldeia Goytacá, escassos, não por falta de índios, mas talvez por haver caciques demais (ou curupiras que assim se entitulam).

Levei muito tempo pra pensar em um título: vasculhei letras de música (de Belchior a Jimi Hendrix), poesias e obras de grandes pensadores, mas queria uma referência de nossa terra, algo que me identificasse como terráqueo-brasileiro-fluminense-campista que sou. Não sou grande fã de literatura brasileira, nem tenho conhecimento vasto na área, mas me lembrei de um livro, um dos melhores romances que já li, obra imortal de um conterrâneo chamado José Cândido de Carvalho. Desde pequeno, quando passava as férias escolares no apartamento de minha avó em Atafona (famoso prédio do Julhinho, hoje em frangalhos pelo avanço do mar), eu passava o olho naquele livrinho de capa branca entitulado "O coronel e o lobisomem", que ficava na estante da sala. Nunca o tirei da prateleira, mas aquilo sempre chamava a minha atenção. E somente aos 30 anos, por influência de uma pessoa muito especial, resolvi abri-lo. O livro não é o mesmo, porém tem a mesma capa com o desenho tosco de um sujeito barbudo em cima de um cavalo, trajando chapéu e roupa branca, com a maior pinta de marechal. Em sua mão direita, uma espécie de espada, em riste, de modo a se defender da sombra de um imenso cachorro negro com garras e dentes prontos a destrossarem-no, tal qual o mar ao velho "prédio do Julhinho".

Foi o primeiro contato que tive com o Coronel Ponciano de Azeredo Furtado, "Oficial Superior da Guarda Nacional (...) natural de Praça de São Salvador de Campos dos Goitacases". Uma variedade de Dom Quixote da Planície Goitacá, que andava por estas terras enfrentando vorazes lobisomens almiscarados, onças de dois metros de altura e cobras de quilômetros de comprimento (até sereia o cabra já botou pra correr). Quando invocado, acendia um de seus charutos flor de ouro, soltava fogo pelas ventas e, de cima de seus dois metros da botina ao chapéu, evocava a fúria de todos os Azeredos e Furtados que o precederam, o que fazia qualquer Godzila parecer uma lagartixa de parede. É, talvez, munido com essa cólera delirante de Ponciano (Ops! Coronel Ponciano!!) que venho desbravar por essas bandas do território virtual.

Então é isso...
Sejam bem vindos e sintam-se à vontade para comentarem em quaisquer postagens.

Até,

Phill Bega