segunda-feira, 15 de março de 2010

Adeus a Glauco




O Brasil perdeu, na madrugada da última sexta-feira, um dos maiores ícones da arte contracultural do país. Glauco Vilas Boas, dono de um estilo singular, com traços quase que infantis, imortalizou personagens como Geraldão, Dona Marta e Ozetês. Conhecido por seu humor ácido, revolucionou a era pós-ditadura no Brasil juntamente com os cartunistas Laerte e Angeli, formando a "santíssima trindade dos quadrinhos brasileiros".



Glauco era adepto do Santo Daime, culto à imagem dos ritos xamânicos que utiliza a Ayahuasca (vinho das almas) para "o alcance do eu interior". O chá do Daime foi liberado pelo governo brasileiro em janeiro deste ano para fins religiosos. Curiosidades à parte, o personagem Geraldão foi criado em 81, logo após Glauco ter lido "A erva do diabo", obra imortal de Carlos Castañeda, antropólogo e escritor que conviveu com os índios norte-americanos, tendo participado de rituais com o peyote (cacto que produz a substância psicoativa denominada mescalina).



O cartunista foi assassinado juntamente com seu filho, a tiros, em sua chácara em Osasco (SP), por um rapaz que se dizia Jesus Cristo (!?!).

Perda irreparável, de forma violenta e (aparentemente) inexplicável...

Salve Glauco!

Um comentário:

  1. Fiquei chocado com a notícia da morte de Glauco e seu filho, principalmente pela forma como aconteceu. Tenho todos os números da revista do Geraldão, que ele produziu entre os anos 80 e 90. Foi uma época prolífica para os quadrinhos de humor brasileiro, com revistas como Chiclete com Banana, de Angeli;Piratas do Tietê e Striptiras, de Laert; Níquel Náusea, de Fernando Gonzalez; Bang Bang, de Adão Iturrusgarai, além é claro, de Geraldão, de Glauco. Um dos personagens da revista, o Casal Neura, chegou inclusive a ser adaptado na TV Pirata. Aliás, se não me engano, o próprio Glauco fazia parte dos redatores do programa. Fica sua obra.

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